Prefácio

“Censurado no país das maravilhas” é uma obra Comovente e poderosa, escrita pelo talentoso escritor “Poeta Falso”A obra é um grito de protesto contra as atrocidades cometidas pelo rei Leopoldo II da Bélgica, cujas ações causaram a morte de incontáveis pessoas, a violação de mulheres e crianças, a mutilação de homens e o trabalho forçado que destruiu minha gente. É um clamor pelas aldeias que não conseguiram alcançar as metas de produção de borracha, pelas vidas que foram ceifadas pelo egoísmo e pela exploração colonial.

Hoje, o meu país, o Congo Democrático, vive um intenso conflito gerado pela luta pelas suas riquezas, enquanto a ONU se mantém em silêncio diante da dor e do sofrimento do povo. A cada dia, o número de desalojados cresce, enquanto a população é afastada do poder. Até mesmo os próprios países africanos estão financiando o grupo terrorista M23, perpetuando a destruição e a miséria. Estamos há muito tempo vivendo essa agonia, e o que pedimos é um basta. Nossas crianças já não sabem o que é ser crianças. Elas são submetidas a todo tipo de risco e violência. Por isso, pedimos a quem tem poder e responsabilidade que nos ajude. Depositamos nossa esperança no Congo Democrático, onde, infelizmente, reina a ditadura.

A mídia, por sua vez, esconde o sofrimento do nosso povo. Este livro é a voz dos mutilados, das mulheres violadas, das crianças mortas, que sofrem desde o período colonial. Esta é a nossa história, e pedimos, com urgência, que parem de fingir que não veem o nosso sofrimento.

Em nome das almas perdidas ao longo dessa jornada dolorosa, acreditamos que um dia, o sonho de ver nosso país livre do capitalismo e do socialismo se realizará. Sonhamos com uma África soberana, onde a paz, a justiça social e a dignidade humana prevaleçam.

No contexto da Líbia, este livro também reflete sobre as últimas palavras do líder Muammar Gaddafi, que sonhava com um continente africano livre, independente do colonialismo, com uma moeda única, passaporte africano e acesso à verdadeira democracia. Ele defendia a valorização da mão de obra local e o direito do povo a um sistema de saúde e educação acessíveis. Este é o legado que queremos preservar e seguir, na luta contra a miséria, as guerras e a pobreza que ainda assolam nosso continente.

Este é o nosso apelo. Este é o nosso chamado para o mundo. E esta é a nossa história.