por Marlene João, em 2024-08-07
E agora, a Quem confiar?
Certa vez, a formiga de cabeça preta e corpo vermelho caminhava tranquilamente pela floresta. Ela ia feliz e com um grande sorriso largo no rosto, o motivo da sua alegria vinha em contemplar a beleza da floresta naquela manhã. Neste dia, o brilho do sol escorregava entre as árvores longos da floresta. O cantar dos passarinhos despertava todos os animais; desde o rei leão que boceja ao acordar , desde a vida barulhenta dos macacos a trepar de calho em calho até a astuta serpente a rastejar. E os encantos desta magnífica floresta estava longe de terminar, uma rio atravessava ao meio a linda floresta, dela todos os animais, todos mesmo sem exceção podem beber da sua água.
O passeio da formiga de cabeça preta e corpo vermelho tinha começado quando na cama da sua casa, debaixo da coberta a olhar o teto, pensou em dar uma volta à floresta para saber como funciona , já que ela só trabalhava e não conseguia enxergar outra coisa além do trabalho.
Foi assim que na segunda-feira, daquela linda manhã, a formiga de cabeça preta e corpo vermelho inicia a sua jornada;
- Bom dia, Sr. Coelho! – cumprimenta a formiga
- Respondeu o Sr. Coelho- Bom dia jovem formiga! Como vai? Pergunta
- Estou óptima, muito obrigada por perguntar- retorquiu a formiga
O Sr. Coelho tinha sido o primeiro animal que a formiga encontrou pelo caminho. Mais pela frente, á quase 5 metros, na verdade á quase 5 metros em frente, ela cruza o caminho da dona preguiça e do faminto javali e outros que estavam com eles, a formiga os cumprimenta;
- Bom dia, meus senhores!
- Bom dia, responderam com alegria, mesmo a dona preguiça tentou seguir a rapidez dos outros, até que ela terminasse de completar a frase bom dia, a formiga continua o seu caminho a balançar os braços para frente para trás, e ela canta;
- tomate, pimenta, berinjela!
- tomate, pimenta, berinjela!
- tomate, pimenta, berinjela!
- tomate, pimenta, berinjela!
Lá ia ela, até que avistou o grande rio, na ponta da floresta, com a sua água fresca e cristalina, a formiga decide dar pausa no seio passeio e decidi beber desta água mas antes exclamou;
-Nunca em toda minha vida vi um rio como este!Que lindo! tornou a exclamar
- EI, EI ,EI pára mesmo aí!
- Aformiga não estava a entender o quê que se passa
- - Aonde pensas que vais, falo de novo a mesma voz
- - Eu vou beber água do rio que está á dez passos de mim, responde a formiga
- - Quem te disse que podias beber a água deste rio, disse a voz que escondia o seu rosto por trás das árvores a beira do rio.
- - Por quê não mostras o teu rosto, eu não posso continuar a conversar com alguém que eu não estou a ver, aparece!- ordenou a formiga
- As árvores se movimentam, fazendo o barulho entre as folhas, aí a formiga continuava a fixar o olhar no meio da mata, continuo a olhar, continuo a olhar, continuo a olhar...
- - Cá estou eu! Afinal de contas, o dono da voz que conversava com a formiga tinha um rosto, e não era qualquer rosto. Era o grande rosto do leão, o rei da selva, mas na nossa história não existe selva, o que existe é uma floresta. De volta a história
- - Não sabes tu, que não podes sair da sua casa e vir cá beber a água como se fosse sua
- - Porquê que não posso beber a água deste rio? Eu tenho sede.
- - O leão respondeu- não é assim que que as coisas funcionam. Existe um processo, etapas que você deve cumprir, entendes?! A formiga sem a ainda entender, retorquiu:
- - Eu que tenho sede, tenho de cumprir etapas para beber a água do rio?!. Já irritada, a formiga diz ao leão. Diga-me então, o que devo fazer.
- - vês o elefante ali? Indicou o leão, vai ter com ele.
- Caro leitor, a cabeça da formiga já estava cheia de muitas perguntas do porquê que isto estava a acontecer, ela sempre soube a até então que a água do rio foi criada para que todos os animais pudessem beber á vontade...
- - elefante- chamou a formiga
- - o que queres- perguntou o elefante
- - o leão disse-me para vir ter contigo, eu quero beber água
- - elefante- olha, formiga... eu sou o adjunto do leão. Responsável por controlar toda água do rio mas, quem distribuÍ a água é a serpente. Ela está aí a beira do rio, vai lá ter com ela.
- A formiga já estava a ficar cada vez mais irritada.
- A beira do rio, a formiga encontrou a serpente e uma enorme fila de animais.
- - Sr. Serpente, quero beber água!
- - Entra na fila- disse a serpente
- - Eh! Minha senhora!- espantou a formiga
- - Eu só quero beber água, nem que for pouca para saciar a minha sede.
- Se queres, pergunta quem é o último da fila e entra na fila, se não quiseres podes ir- respondeu a serpente
- - Nem toda sede é saciada, não sabes- acrescentou a serpente.
- Todos animais naquela fila queriam apenas uma coisa; “ matar” a sede.
- Já na fila há bastante tempo, a formiga olhava sempre para frente e nada, espreitava para ver realmente a água estava a ser dada aos animais e nada. Espreitou mais uma vez e nada. A fila quase que não se mexia. E a atrás da formiga estava a girafa que disse;
- - Sr. Formiga, eu daqui consigo ver que a serpente está a dar água aos animais que ela quer e esses animais me parecem que não estão a cumprir a fila.
- A formiga tentava manter a postura mas a situação não lhe permitia
- -Como pode a serpente fazer isso? Todos nós temos sede e precisamos beber a água.
- - Girafa- tens toda a razão, mas, não é o que está a acontecer.
- A conversa da girafa e formiga se espelhou, os outros animais começavam a murmurar;
- - não, não pode
- - isto não se faz – diziam os outros
- A formiga via que a sua vez jamais chegaria, a floresta escureceu. Ela saiu do rio sem beber a água e decepcionada por perceber que o próprio rio não esconde a sua própria água, porém, os outros impedem os outros de poderem desfrutar dela. De cabeça para baixo, a formiga de cabeça preta e corpo vermelho caminhava na escuridão da floresta de volta para a casa...