por Andrade, em 2023-08-05
NÃO É O FIM
E se a gente fosse visitar
o nosso lugar?
E se déssemos ouvidos
o que sentimos ao invés de
tentar empatar?
Se calhar devíamos dançar
ao som da nossa canção.
Deixar à nostalgia fazer entrar
oxigénio no nosso pulmão.
E assim, o amor (re)nascerá
dentro do coração.
Sei que o amor esfria,
mas não é com a gente.
Folhas secas no chão
simbolizam a chegada da primavera,
e não a extinção de uma estação terrestre.
E se voltássemos
com as saídas aleatórias
em lugares que desejamos?
Talvez só precisamos de mais paixão
para estar (re)conectados.
Do que não precisamos
é deixar esse mal tempo
instalar-se sobre nós.
Esfriar o nosso café,
e borrar a história
que pretendemos escrever.
Esse orgulho traiçoeiro,
egotista, e incrédulo,
não mora nele nenhum sentimento benigno.
Esse dança da frieza,
seca tudo de lindo que temos no nosso íntimo.
É mesmo a eles
que queremos dar ouvidos?
Tantos anos juntos,
fez-nos criamos várias raízes.
Ok, e tu vais dizer:
o tempo é só um detalhe.
Mas questiono eu: a razão que nos fez juntos permanecer,
também é só um detalhe?
A reciprocidade genuína,
foi um mero detalhe?
As partilhas em cada conquista,
foram um mero detalhe?
E tu vais responder: Não, não foram!
E eu vou continuar: Assim como também não é o nosso fim.
Não digo que o quê sentimos seja divino.
Mas, somos cúmplices
do que sentimos.
Somos seres que por
unanimidade nos unimos.
Que por compatibilidade,
nos completamos e não colidimos.
Deixa a maré suja passar.
Depois da tempestade,
à abundância trás uma nova roupagem.
Uma nova linhagem.
Folhas frescas na nossa
árvore de união.
Um novo amor
dentro do que já existia
para a nossa celebração.
@AndradeCF